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Como preparar a sua moto para o Inverno

By on 11 Dezembro, 2018

Para quem usa a moto todo o ano e não a “hiberna” mal chegam os meses com os dias mais curtos, há uma série de procedimentos a ter para, por um lado, não comprometer a segurança e por outro, conservar a moto na melhor condição possível nos meses de Inverno. Claro que, no nosso país, a gama de variação de temperaturas é modesta, talvez entre os -5 graus (mais ao Norte) e os 36º no Verão, enquanto nos países do norte da Europa as temperaturas abaixo de zero podem ser uma realidade constante entre Novembro e Março… para tornar as coisas piores, nestes países, sal é utilizado como uma forma barata de impedir a formação de gelo nas estradas, com consequências nefastas para os acabamentos de uma moto… por cá, isto só acontece lá muito no Norte do país e na prática, no centro e sul não precisamos de fazer nada de muito radical para manter a moto, apenas ter atenção a certos componentes mais vulneráveis às baixas temperaturas. Dentre estes, destacaríamos os pneus, a bateria, as luzes, manetes, cabos e comandos em geral.

Andar à chuva, para começar, deixa a moto coberta com uma camada de sujidade que é difícil de remover, especialmente nos pontos inacessíveis, por isso começar por lavá-la e aplicar uma camada de um spray lubrificante /isolante como o WD40 é boa ideia – sempre tomando cuidado para não atingir áreas como os rotores dos discos de travão. Isto ajuda a rejeitar a acumulação de sujidade. Depois, há uma série de cuidados a ter com itens com os pneus, a bateria, as luzes, os cabos e manetes de controlo, etc. Alguns destes, como limpar as superfícies cromadas, prendem-se com a conservação, outros, como lubrificar cabos, com a própria operação da moto em segurança nas melhores condições possíveis – até porque operar manetes perras ou travões agarrados conduz a fadiga, que juntando ao entorpecimento causado pela condução sob temperaturas baixas, cria condições de atenção e alerta menos que ideais…

Comecemos pelos pneus, então. Geralmente, os pneus de estrada normais estão aptos a lidar com chuva e temperaturas baixas sem deterioração apreciável do seu desempenho. Claro que algumas marcas, podíamos mencionar desde logo a Metzeler, Michelin e Bridgestone, têm fama de lidar melhor com o molhado que outras. Como em tantas outras coisas, obtêm-se o que se pagou, com diferenças consideráveis de preço entre um pneu de alta gama- ainda por cima, frequentemente esgotados no nosso mercado – e ofertas mais económicas mas que podem não ter o mesmo desempenho. A pressão correta é crítica, demais e o pneu escorrega, a menos e a condução torna-se esponjosa e imprevisível- mesmo se um bocadinho abaixo do recomendado, uma ou duas libras, pode ajudar o pneu a manter temperatura à custa de um pouco mais de desgaste. O ar dentro do pneu também contrai com as baixas temperaturas, por isso verificar é essencial. Assegurem que a válvula está acessível e limpa, e não deixam lamas acumular no rasto do pneu.

Já a bateria tende a ficar com menos potência quando está muito frio… e ainda por cima, tem de se esforçar mais nas manhãs para vencer a resistência do óleo de motor tornado mais viscoso pelas baixas temperaturas – uma má combinação. Ter a moto numa garagem ou espaço recolhido ajuda, e não insistir com o starter mais que uns segundos de cada vez é de rigor… mas assegurem que a bateria está carregada, sendo que uma bateria com a carga normal deveria mostrar pelo menos 12,6 volts. Se não for das seladas ou de gel, assegurem-se de que tem a quantidade certa de fluído e que o respiradouro, se houver um, não está obstruído. Os terminais também devem estar livres de verdete ou corrosão. Dica: Se tiverem aquela acumulação branca que parece bolor nos terminais cheguem-lhes com uma chaveninha de água a ferver e deitem-na por cima, desaparece como por magia!

Escusado será dizer que o radiador deveria ter fluído anticongelante na proporção certa e não apenas água, mesmo se em Portugal a hipótese de essa água congelar é remota. As luzes deveriam estar livres de sujidade para serem o mais visível e brilhantes possível, e verificar que todas as lâmpadas estão a acender é boa ideia. O número de motos que vemos a circular com luzes defeituosas, especialmente entre as pequenas cilindradas, é estarrecedor! Uma lâmpada custa entre 1,20€ e 2,00€! Muito pouco para investir comparado com a nossa segurança! Enfiem num ponto da moto em que não seja sugado para a entrada do filtro de ar, sob o banco ou na zona do interior do farol, um trapo macio para manter faróis e piscas e, porque não, a matrícula que é uma superfície refletora importante, limpa.

Alguns acessórios podem ajudar a enfrentar os invernos, e punhos e banco aquecidos são dois que imediatamente saltam à memória, como também spots de iluminação extra, que ajudam a ser visto. Lembrem-se que a corrente vai ter a ação da exposição à chuva a desgastar a lubrificação, que precisará de ser reposta mais frequentemente. Se vão fazer muitos Km no Inverno, considerem a instalação de um Scottoiler, um aparelho que dispensa uma gotícula de óleo à corrente de tempos a tempos.

Limpem e lubrifiquem igualmente as zonas onde se montam as manetes, que podem ficar quase obstruídas por uma combinação de massa lubrificante e sujidade da estrada. Neste caso o melhor remédio é removê-las, limpá-las e voltar a aplicar uma fina camada de lubrificante antes de as montar de novo. Por vezes, o veio está tão corroído que dar-lhe uma lixadela antes de o lubrificar e recolocar é essencial. O pedal de travão, e interruptores do descanso ou luzes de travão, que são muito expostos aos elementos por se situarem baixos na moto, idem. Dada a pouca duração do nosso Inverno, não deverão ter de repetir estes procedimentos mais que umas duas vezes, entre agora e Março… boas curvas.

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